12 mar 2021
As 8 partes do yoga
Compilados pelo Maharishi Patanjali Sage no Yoga Sutras, os oito passos são uma série progressiva de etapas ou disciplinas que purificam o corpo e a mente, levando o yogui para a iluminação. Os oito passos são:
Este sábio viveu por volta de 200 ac e sistematizou os caminhos da Yoga. A reflexão sobre os Yoga Sutras leva a um aprofundamento do yoga.
Os Yoga Sutras nos ampliam o entendimento da prática do Yoga, que vai muito além da realização de posturas físicas. É uma filosofia que composta de oito passos (ashtanga) que devem ser seguidos paulatinamente no dia a dia. São eles: Yama E Niyamas, Asana, Pranayama, Pratyahara, Dharana, Dhyana e Samadhi.
1) Yama – Os Yamas, ou restrições (os Nãos) ou a disciplina, são divididos em cinco preceitos morais, que visam destruir a natureza inferior. orientações, voltadas para a formação do caráter e da ética e para o bom convívio em sociedade e consigo mesmo.Devem ser praticados e desenvolvidos no corpo, palavra e ação, pensamento e no espírito.
1.1. Não-violência- Ahinsa – Mais do que não machucar o outro, o princípio da não-violência é também evitar o mal contra si mesmo. A não violência abrange gestos, palavras e olhares, ações. De acordo com Patanjali mesmo os pensamentos negativos para si ou outros é uma prática de violência. Aprendemos a transformação das emoções, não respondendo à sentimentos negativos como raiva, no mesmo nível aprendendo a lidar com as emoções.
1.2.Verdade, Satya – Aplicada em palavras, pensamentos e ações. Para Patanjali, a falsidade gera perturbação mental, pois a todo momento é preciso arranjar desculpas para justificar a própria mentira. Isso ocupa um espaço nobre dentro da memória, fazendo com que a mente perca tempo com inutilidades. O comprometimento e vivencia com a verdade ocupa seus pensamentos com o essencial.
1.3.Não roubar Asteya- Não apenas no sentido de furtar, mas na aplicação da verdade e conhecimento na vida , se invejar das qualidades positivas dos outos e sim procurando de concentrar no desenvolvimento pessoal. Invejar Tomar o que não lhe pertence causam perturbações mentais que distanciam o praticante do crescimento espiritual.
1.4.Continência-Brahmacharya- O sentido de continência é a moderação, que vai da alimentação ao sexo e até mesmo ao uso do dinheiro. A extrapolação do prazer por ele mesmo é uma violação de Brahmacharya
A aplicação de pranayamas podem ajudar muito na aplicação deste Yama.
1.5.Desapego,Aparigraha
Para a ioga, o sentimento de posse, por alguém ou alguma coisa, pode levar ao sofrimento, pois geralmente condicionamos a felicidade a esse desejo. É uma ignorância acreditar ser possuidor de bens materiais: o que temos é o uso temporário das coisas.
2)Niyamas,Autodisciplina
Os niyamas são ações mentais saudáveis.
2.1.Pureza,Saucha
Diz respeito aos planos físico, emocional e mental. É comer alimentos saudáveis, manter o corpo limpo e praticar asanas e pranayamas. Mas é também ter a mente livre de sentimentos perturbadores, como ódio, cobiça e orgulho. “Essas toxinas emocionais causam flutuações na mente”, explica Marcos Rojo.
2.2.Contentamento,Samtosha
A satisfação é adquirida independentemente dos acontecimentos, ambientes ou pessoas externos. O contentamento não depende de ganhos ou provas ao longo da vida . de carinho e amor por parte de seu companheiro. Lógico que isso ajuda muito, mas o estado de paz interior e alegria na vida é de sua responsabilidade, e sua manutenção depende exclusivamente de você.
2.3.Austeridade,Tapas
É o esforço, perseverança e força de vontade para alcançar uma meta, mesmo diante de dificuldades. E é isso que leva a alma a se libertar, segundo Patanjali. É o não desistir diante de uma postura mais complicada ou que exija uma maior concentração. É ultrapassar as dificuldades naturais.
2.4.Auto-estudo,Svadhyaya
O ponto de partida desse quarto estágio é a ampliação do entendimento da yoga através da observação de si mesmo e estudo dos textos sagrados. Também neste preceito sabemos que este conhecimento não deve ser apenas teórico, mas uma ferramenta preciosa para o desenvolvimento espiritual e pessoal. É obter instrumentos para ampliar o autoconhecimento, meditar sobre a própria natureza e entender a vida como um aprendizado, positivo mesmo diante de adversidades.
2.5.Devoção,Ishvarapranidhana
Para Patanjali, após o corpo ser limpo por tapas, e quando o entendimento do eu for atingido por meio do svadhyaya, o yogue está pronto para Ishvarapranidhana, ou conecção profunda com o divino. É reconhecer que existe uma ordem superior, à qual nossa essência divina está ligada. Anulação do orgulho e desenvolvimento da humildade para poder desenvolver a devoção.
3)Asana-Posturas-psicofísicas
O domínio das posturas psicofísicas leva à supressão da atividade intelectual, avançando na direção para adquirir um grau elevado de consciência.
Patanjali descreve o asana como estável, firme e confortável, reduzindo o esforço do corpo ao mínimo necessário. Isso vai permitir ao yogue entrar num estado meditativo. As posturas proporcionam grandes ganhos para saúde física, promovendo o alongamento, incrementando o tônus muscular, ampliando a auto-observação que levam ao autoconhecimento. Lubrificam as articulações e acalmam o sistema nervoso. O mergulho em seu corpo com concentração é adquirido com regularidade, calmamente, adquirindo os benefícios que vem com o tempo. A observação dos próprios limites é um desenvolvimento para se aproximar de si mesmo. Patanjali nos faz entender que os asanas acarretam a união corpo-mente, de mim comigo mesmo e de mim mesmo com o universo.
4)Pranayama-Controle-de-energia-Vital
Expansão da energia vital por meio do controle da respiração. Nos Yoga Sutras, Patanjali descreve o pranayama como “controlar o processo de inspirar e expirar”. O pranayama é composto de quatro partes: inspirar ( puraka), expirar(Rechaka), reter a respiração com pulmão cheio ( Antarakunbaka) e reter a respiração com o pulmão vazio ( Bayakunbaka) .Os pranayamas fortalecem o sistema nervoso e harmonizam os pensamentos, as emoções e ações.
5) Pratyahara-Abstração-de-sentidos
É uma transição entre os aspectos externos da ioga (yama, niyama, asana e pranayama) e os internos (dharana, dhyana e samadhi). Com a Prática , obtemos a abstração da mente dos estímulos exteriores nos preparando para meditação. Para aquietar a mente é preciso esvaziá-la, tranqüilizar as emoções e relaxar o corpo,com pratica regular,perseverança e disciplina
6) Dharana-Concentração
Fixar a atenção em um único ponto para evitar as flutuações mentais, desbravando o caminho para o estado meditativo. Para facilitar a concentração, algumas práticas são descritas por Patanjali como cantar mantras, repetir uma sílaba sagrada seguidamente ou manter os olhos fixos na chama de uma vela. É necessário treino e perseverança. A prática com o tempo, trará familiaridade e facilidade a pacificação dos pensamentos e abstração do ambiente.
7) Dhyana-Meditação– É o penúltimo passo para atingir o estado de iluminação. Trata-se da experiência real da meditação, no qual finalmente as flutuações da mente são dominadas e a concentração alcançada é máxima. É um estado muito difícil de ser atingido, mas não impossível. Infelizmente, não pode ser ensinado. Como os dois estágios anteriores, é necessário esforço e dedicação.
8) Samadhi-Hiperconsciência
Segundo Patanjali, é o objetivo final da ioga, quando se tem acesso aos níveis mais profundos da consciência. Outros estudiosos dizem que é o momento em que ocorre a iluminação e a libertação da alma. Para B. K. S. Iyengar, samadhi é unir os três níveis de consciência num único: subconsciente, consciente e inconsciente.
Quando se atingem a suspensão e compreensão da existência e a comunhão com o universo
Pesquisa : Textos Sivananda, Premananda e https://www.yoga.pro.br/historia-do-yoga/
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